Trovas de amor, líricas, sentimentais, românticas, descritivas, metafóricas, etc.

Demonstrando o meu apreço
e pelo bem que te quero,
comovido, eu te ofereço
cantigas do amor sincero! . . .

Desta saudade infinita
não guardo mágoas, porque
foi a coisa mais bonita
que me ficou de você!...

Parti do Norte chorando!
Que coisa triste, meu Deus . . .
- Eu vi o mar soluçando,
e o coqueiral dando adeus! . . .

Ao mundo, que não se cansa
de me dar desilusão,
deixo apenas, como herança,
trovas do meu coração . . .

Na mais sublime das festas,
a minha alma se refaz,
sempre que se afirma nestas
cantigas de amor e paz!

Meu pobre pai, alquebrado,
- gigante da minha aurora! -
queira Deus dar-te, em dobrado,
tudo o que me deste outrora!

Mesmo sendo a liberdade
uma dádiva celeste,
eu bendigo ser escravo
deste amor que tu me deste!

Trovas filosóficas, religiosas, conceituosas, de fundo social, etc.

Lá se vão os retirantes!
Deixam seus campos... seus bois...
- O coração morre antes!
-- O corpo morre depois . . .

Redimindo os pecadores,
conduzindo-os para a luz,
maior dos sonhadores
morreu pregado na cruz!

Conselhos, desde menino,
muita gente me quis dar,
mas a cruz do meu destino
quem me ajuda a carregar?

Pensando, na tarde calma,
logo me ocorre à lembrança
que a própria vida tem alma,
e a alma da vida é a Esperança!

Se a caridade ilumina
a sernblante da desgraça,
bendigo a graça divina
que criou tamanha graça!

Que sábio discernimento
neste exemplo se traduz:
a vidraça anula o vento,
mas deixa passar a luz.

Foi sempre assim! Escondida
no engodo que a desvirtua,
a Verdade anda vestida
quando a Miséria está nua!